Voos cancelados, linhas de ferro bloqueadas e ligações de metro paradas. A Catalunha está por estes dias a ser palco de protestos que estão a ser notícia em Espanha e pelo mundo.
Tudo começou na segunda-feira (dia 14) quando o Supremo Tribunal espanhol condenou nove líderes do movimento independentista catalão a penas de prisão que vão desde os nove aos 13 anos.
Estes nove políticos foram condenados por sedição, que significa contestação coletiva contra o poder ou rebelião, pela tentativa de independência da Catalunha em 2017, pois promoveram um referendo que Espanha declarou ilegal e proclamaram no parlamento a independência desta região autónoma, mas que nunca foi reconhecida.
Os líderes catalães foram então detidos e agora condenados. Os catalães que defendem a independência da Catalunha de Espanha estão contra a condenação e têm protestado nas ruas, exigindo a libertação dos detidos.
Os protestos mais violentos têm acontecido na capital, Barcelona, com confrontos entre a polícia e os manifestantes, que queimaram caixotes do lixo e pneus, atiraram pedras e petardos contra os polícias. Há dezenas de detidos e mais de cem feridos.
O governo espanhol garantiu que irá manter a segurança na Catalunha apesar do aumento da violência.
Mas porque a Catalunha quer a independência?
Esta região de Espanha tem 7,6 milhões de habitantes (15% da população espanhola) e uma cultura e língua diferentes do resto do país. A esta identidade própria alia-se o facto de ter uma economia forte – os catalães que defendem a independência acham que contribuem mais do que as outras comunidades autónomas para o orçamento nacional.
Podes recordar o texto A Catalunha vai ser um país?
Texto: Sandra Alves
Fotos: Jon Nazca/Reuters