A segunda edição do festival de cinema IndieJúnior Allianz contou com a participação dos alunos de três escolas do Porto.
No âmbito do projeto “Eu programo um festival de cinema”, do Teatro Municipal do Porto – Rivoli, alunos do Pré-escolar ao Secundário selecionaram, organizaram e intitularam filmes – todos curtas-metragens – da edição de 2018 e que, entre 30 de janeiro e 4 de fevereiro, serão exibidos a par dos eleitos pelos programadores do festival, que promete, assim, um cartaz apetecível para várias gerações. Estas crianças e jovens vão ainda estar presentes na exibição dos filmes e falar com o público sobre as suas escolhas.
Para a turma do Pré-escolar do Liceu Francês foi uma oportunidade para aprender.
A professora de Português Helena António, que assumiu as rédeas do projeto, aproveitou a experiência para incutir nos alunos, de apenas quatro anos, o “sentido de responsabilidade e de argumentação”. Para a orientadora, a atividade teve ainda o mérito de levar alguns alunos a vencer a timidez e a expressar-se sem medo, algo que “de outra forma, se calhar fica escondido até mais tarde”, explicou.
As opiniões dividiram-se. Se uns gostaram, como o Guilherme, de um filme sobre uma casa com pernas, já outros, como a Luísa, preferiram o que retratava uma menina com uns óculos mágicos capazes de fazer chover. Com espírito crítico, os pequenos programadores discutiram, votaram e, finalmente, decidiram o alinhamento para o primeiro dia do festival, numa sessão dedicada ao Pré-escolar e a crianças com mais de três anos. Os eleitos “O Menino e o Gigante”, “Os Óculos Mágicos”, “O Senhor que Queria Dormir” e “Uma Casa”, todos animações, podem ser vistos no dia 30 de janeiro, no Grande Auditório do Rivoli, às 10:30 horas.
No Colégio Luso-Francês, foi a curiosidade pelo cinema que aliciou os alunos do 9º ano a participar. Partiram à descoberta e encontraram novas formas de contar histórias,”filmes completamente diferentes do que eles conseguem ver no circuito comercial”, explicou a professora de Artes Visuais Ana Domingos.
Mafalda Lousã e Petros Barros, seus alunos, não podiam fazer um balanço mais positivo: se antes apenas assistiam aos filmes, agora sabem como são feitos. Se para Petros o gosto já antigo pela sétima arte foi decisivo, para Mafalda foi a fuga à rotina a responsável pelo entusiasmo em participar – um projeto “diferente do normal”, para esta estudante do 9º ano.
No que toca ao filme favorito, os dois concordam: “O Infinito numa Noz”, uma animação sobre “uma noz que se ia desfazendo e se transformava em vários objetos continuamente: tornava-se numa alface, num tomate, depois em objetos mais tecnológicos, como um computador, um telemóvel…”, conta Petros. A par deste, o grupo escolheu ainda “Realidade Oculta” (ficção), “Quase Assaltantes” (animação), “Perder a Cabeça” (animação) e “Pegadas do Passado” (ficção), em exibição no dia 30, às 14:15 horas, no Pequeno Auditório do Rivoli.
Também os alunos dos cursos profissionais da Escola Profissional Bento de Jesus Caraça aceitaram o desafio e, sob a orientação do professor Vitorino Santos, selecionaram os filmes para a sessão dedicada a alunos do Secundário e a maiores de 15 anos. Duas animações e dois filmes de ficção foram as curtas-metragens eleitas por estes alunos.
No dia 2 de fevereiro, às 16:00 horas, “#selfie”, “Lá Fora”, “O Impacto da Música na Juventude” e “Darrel” estarão em exibição no Pequeno Auditório do Rivoli – e, claro, com a presença dos jovens programadores que vão, tal como nas restantes sessões, apresentar as suas escolhas e falar com o público sobre o processo de seleção dos filmes.
Rita Cruz