Dados com 50 anos analisados com a tecnologia atual permitiram aos cientistas perceber a causa de alguns terramotos lunares.
Quando os astronautas da missão Apollo 17 regressaram à Terra, em 1972, deixaram na Lua o módulo de aterragem. Ora, com as temperaturas extremas que oscilam entre os 133 graus Celsius negativos à noite e os 121 graus Celsius sob o sol direto, o metal do módulo incha e encolhe, produzindo vibrações no solo que são captadas pelos sensores da NASA.
Recorrendo a algoritmos modernos, os cientistas conseguiram, pela primeira vez, entender a forma de atividade sísmica na Lua – que, ao contrário da Terra, não tem placas tectónicas.
Este novo estudo, financiado pela NASA e divulgado em setembro no “Journal of Geophysical Research: Planets”, poderá ser útil nos projetos de construção de bases na Lua para futuras missões, pois as agências espaciais terão de ter em conta a forma como as temperaturas extremas poderão afetar as estruturas e os instrumentos que ali instalarem.
Além disso, os cientistas estão entusiasmados com o facto de a análise dos dados da era Apollo com tecnologia moderna poder produzir mais resultados surpreendentes.
Texto: Sandra Alves
Foto: Charly Triballeau/ AFP