Cinco cientistas – quatro deles portugueses – descobriram a presença de um fóssil antigo de cenoura selvagem, com caules e folhas gigantes, com 1,3 milhões de anos, na ilha da Madeira. Esta foi a primeira cenoura fossilizada a ser encontrada em todo o mundo.
Carlos Góis Marques, aluno de doutoramento em Geologia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, é o autor principal do estudo.
A espécie encontrada era um aipo-da-serra ou aipo-do-gado, exclusiva da ilha da Madeira.
“Apesar do nome comum ser aipo, hoje sabe-se, através de estudos moleculares, que se trata de uma cenoura (género Daucus) que evoluiu para um hábito lenhoso insular, tornando-se numa cenoura gigante”, explicou a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em comunicado.
O estudo é pioneiro porque, além de ter descoberto o fóssil mais antigo de uma cenoura alguma vez registado, esta é a primeira vez que se encontra um fóssil de uma planta que evoluiu para um tamanho gigante. Este processo é possível em contexto insular devido a vários fatores, nomeadamente o clima ameno das ilhas, a ausência de herbívoros e a competição pela luz solar.
Texto: Diana Serra Garcia