Vem aí um evento (e um dia) dedicado à promoção da igualdade de género na ciência. A g4g, a Microsoft e a Ciência Viva vão juntar raparigas num encontro que pretende incentivar, comunicar e nivelar o acesso às STEM – acrónimo para science, technology, engineering e mathematics, ou seja, ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
O g4g day Lisboa vai juntar 200 raparigas, dos 10 aos 15 anos e de diferentes locais do país, no Pavilhão do Conhecimento – Centro Ciência Viva, em Lisboa, para um dia repleto de workshops científicos.
O evento realiza-se no dia 24 de fevereiro, entre as 10 horas e as 16.30 horas, e é promovido pela greenlight for girls com o apoio da Ciência Viva e da Microsoft.
Neste mês de fevereiro, em que se assinalam o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência e o Dia da Internet Segura, o g4g day Lisboa vai abordar, através de workshops interativos, temas como a Robótica, Programação, Biodiversidade, Energia Solar, Biologia, Engenharia, Matemática ou os Videojogos.
Em paralelo, a Microsoft vai realizar um workshop para pais, com estratégias para tornar o ambiente digital em casa mais seguro.
Segundo a fundadora e presidente do Conselho de Administração da greenlight for girls, Melissa Rancourt, citada pela organização deste dia especial, “para incentivar mais raparigas a estudarem disciplinas científicas e tecnológicas temos de lhes mostrar a relevância e a oportunidade que estas trazem para o seu futuro”.
De acordo com as Nações Unidas, em todo o mundo, têm persistido, ao longo dos anos, “diferenças significativas entre géneros a todos os níveis das disciplinas STEM” e, “apesar da escassez de competências na maioria dos domínios tecnológicos, as mulheres continuam a representar apenas 28% dos licenciados em Engenharia e 40% dos licenciados em Ciências da Computação e Informática”. O Fórum Económico Mundial alerta que as raparigas e as mulheres estão a ser afastadas das carreiras científicas pelos estereótipos e preconceitos de género.
Livro “Raparigas na Ciência”
Ainda no âmbito do Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, que se assinalou a 11 de fevereiro, foi lançado o 2.º volume do livro “Raparigas na Ciência”.
A obra pretende apoiar e promover o acesso das mulheres e raparigas à educação, formação e atividade de investigação científica e tecnológica. O 1.º volume do livro tinha sido lançado, precisamente, a 11 de fevereiro de 2022, dando a conhecer os rostos de 115 estudantes, captados em registo selfie.
Desta vez, 107 testemunhos de Portugal continental e do arquipélago dos Açores, do jardim de infância ao ensino universitário, expressam o interesse das raparigas pelas áreas da ciência e da tecnologia. “Eu gosto de ciência, porque adoro ver o resultado das experiências científicas. Com elas, aprendemos muito e ficamos mais inteligentes. Adoro… e pronto!”, diz Sara Nunes, do Jardim de Infância, EB1/JI Casal da Cavaleira, no concelho de Sintra.
“Sou fascinada pela descoberta e curiosa em saber por que as coisas são como são. A ciência dá-nos respostas para essas perguntas… é como ser detetive do mundo!”, acrescenta Lara Freitas, do 5.º ano do Agrupamento de Escolas de Airães, Felgueiras.
Estes e outros testemunhos estão no novo livro “Raparigas na Ciência”, já disponível.
Texto: Patrícia Naves