Recordar e entender: 11 de setembro 20 anos depois

Recordar e entender: 11 de setembro 20 anos depois

“Nine Eleven” é a designação que as pessoas nos Estados Unidos e no resto do mundo usam para se referirem aos mortíferos atentados terroristas que aconteceram naquele país no dia 11 de setembro de 2001 (nine = 9, o mês; eleven =11, o dia). Para nós, a referência a “11 de setembro” tem o mesmo valor simbólico: basta isso para todos perceberem do que se fala. Passaram-se 20 anos.

De facto, o que se passou nesse dia foi tão terrífico e inesperado e com tantas mortes que nunca mais nos esqueceremos do “11 de setembro”.

 

Afinal o que se passou?

 

Comecemos pelo cérebro dos atentados. Osama bin Laden, líder-fundador do grupo terrorista al-Qaeda, instigou apoiantes numa ofensiva contra os Estados Unidos (EUA) para combater a injustiça contra o povo palestiniano. Segundo ele, tratava-se de um país apoiante e protetor de Israel contra os palestinianos e todo o mundo oriental. Havia que castigar severamente os americanos e dar um sinal ao mundo.

Assim, numa operação suicida organizada pela al-Qaeda, 19 terroristas preparados para morrer pela causa que defendiam entraram, naquela manhã, em quatro aviões como comuns passageiros e durante os voos tomaram o comando dos aparelhos à força e  chocaram contra edifícios emblemáticos dos EUA – as Torres Gémeas do World Trade Center (WTC), uma zona empresarial muito famosa de Manhattan, em Nova Iorque, e o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em no estado da Virgínia, perto de Washington, D.C. O quarto avião não chegou ao destino desejado pelos sequestradores (pensa-se que era a Casa Branca ou o Capitólio), porque alguns passageiros conseguiram reagir e o avião despenhou-se num campo na Pensilvânia.

Não houve sobreviventes dos quatro aviões (19 terroristas e 227 civis), mas a maior perda de vidas humanas aconteceu nos edifícios atingidos. Nas Torres Gémeas, dois edifícios de 110 andares cada um e onde trabalhavam centenas de pessoas, quando os aviões chocaram deixaram aqueles que estavam nos andares de cima encurralados, sem hipótese de fuga ou de salvamento.

Equipas de bombeiros e de polícias tentavam a todo o custo chegar aos andares de cima e salvar o máximo de vidas possível quando, cerca de duas horas depois, as duas torres colapsaram e desmoronaram-se, matando ainda mais pessoas. Os escombros das torres e os incêndios que se geraram também noutros edifícios à volta destruíram quase totalmente o complexo do WTC.

No total, cerca de 3000 pessoas de 70 nacionalidades morreram nesse dia. Lentamente, procedeu-se à limpeza e recuperação das zonas atingidas, novos arranha-céus nasceram (o One World Trade Center, por exemplo, com 100 andares ) e construíram-se memoriais em homenagem às vítimas.

O que mudou?

Nunca mais o mundo foi igual após estes ataques, mudando as rotinas, as prioridades, a maneira de pensar e de agir de muitos.

Na reação imediata aos atentados, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou uma “Guerra ao Terror”: apanhar o principal mentor dos ataques, Osama bin Laden, perseguir os membros a al-Qaeda e prevenir o aparecimento de outras redes terroristas. Muitos países do Ocidente juntaram-se às forças americanas de que resultou a invasão e controlo do Afeganistão, país supostamente de acolhimento de muitos dos terroristas. Em maio de 2011, Bin Laden foi morto na operação americana “Lança de Neptuno”.

Os aeroportos e outros pontos de ligação de viagens passaram a ter inúmeras restrições de segurança. Muitos países têm hoje um forte complexo de câmaras de videovigilância (caso de Inglaterra). Leis antiterrorismo são privilegiadas pelos diferentes governos bem como redes de partilha de informação entre países.

Infelizmente, estes atentados provocaram também ondas de ódio contra muçulmanos, árabes ou orientais em geral, com crimes, incêndios, vandalismos, assaltos, tiroteios, atentados a mesquitas, um pouco por todo o globo, alimentando também sentimentos extremistas como o nacionalismo radical e a xenofobia.

 

Texto: Maria José Pimentel