Portugal vai receber 15,3 mil milhões de euros da Europa para investir na economia, recuperar empregos e rendimentos perdidos devido à pandemia de covid-19 e tornar-se mais resistente, mais verde e mais digital para as gerações futuras viverem melhor.
O Governo entregou à Comissão Europeia o Plano de Recuperação e Resiliência que nos permitirá receber ajudas de 15,3 mil milhões de euros até 2023. O objetivo, como explicou o primeiro-ministro, António Costa, é “reanimar a economia, proteger os empregos, recuperar os empregos e os rendimentos que estão a ser perdidos” devido à pandemia de covid-19. Ao mesmo tempo, o plano pode permitir-nos “sair desta crise mais fortes, mais resilientes do ponto de vista social, do potencial produtivo e da competitividade territorial”, permitindo “acelerar os processos de transição climática e digital”. A concretizar-se o plano, Portugal “será um país mais próspero, com melhores condições para a nova geração”.
Em que vamos apostar?
Em termos de investimento, o que está previsto? Recuperar ou construir infraestruturas na ferrovia, portos, aeroportos, transportes públicos, redes de água, resíduos e energia. Dar mais qualificações aos portugueses no digital, na ciência e na tecnologia. Reforçar o Serviço Nacional de Saúde e o Estado Social, para combater a pobreza, a falta de habitação pública e de cuidados aos idosos. A reindustrialização do país orientada para energias limpas, reciclagem, hidrogénio verde, recursos minerais e o mar. A reconversão da indústria que já existe, passando para energias limpas, renováveis e eletrificando a economia. Apostar na coesão do território com fortalecimento da agricultura e da exploração florestal que combatam as alterações climáticas. Criar cidades mais verdes, com apoio à habitação e menos poluição. E apoios ao desenvolvimento da cultura, dos serviços, do turismo e do comércio.
Quando vamos fazer isso tudo?
Está previsto o dinheiro chegar em duas tranches, sendo a primeira paga já no início do próximo ano. Por isso, Portugal foi dos primeiros a enviar o documento a Bruxelas, que ainda vai avaliá-lo por um grupo de trabalho específico que também coordenará o plano, e pela Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros. Até 2023, a totalidade dos fundos deverá estar transferida para aplicação em programas que deverão terminar até 2027.
Texto: Erika Nunes