Nunca tanto se falou de energia nuclear como agora, muito por causa das ameaças que os EUA e Coreia do Norte têm trocado entre si. Ambos dizem ter bombas atómicas. Mas o que é a energia nuclear? O que tem isso que ver com bombas? Qual é o papel do átomo?
O que é a energia nuclear?
A energia nuclear é a que provém da transformação de núcleos atómicos. Importa, então, relembrar o que é um átomo: a unidade fundamental da matéria que constitui todas as substâncias. O átomo é constituído por um núcleo central, com protões, que têm carga positiva; e neutrões, com carga neutra. À volta do núcleo, dançam os eletrões, que têm carga negativa.
É quando se altera o núcleo (protões e neutrões) que se liberta a energia nuclear, altamente poderosa. Quais são as vantagens da energia nuclear? Pode gerar eletricidade, não agravando a poluição do Planeta, quando comparamos com a que resulta da queima de combustíveis como o carvão, o gás ou o petróleo. Tem, no entanto, sérias desvantagens, podendo ser uma arma contra o Mundo.
Quais são então as desvantagens?
Esta energia tem, sobretudo, duas desvantagens e ambas podem matar milhares de pessoas. A primeira é a possibilidade de um acidente numa central nuclear, ou seja, nas instalações onde se produz eletricidade utilizando esta energia. Os maiores acidentes deste tipo foram em Chernobyl, na Ucrânia, e em Fukushima, no Japão. O primeiro foi há 30 anos e provocou a morte a milhares de pessoas, pela radiação que surgiu da explosão.
O segundo, no Japão, teve lugar há sete anos, por causa de um terramoto. Depois deste, várias manifestações tiveram lugar em todo o Mundo contra as centrais nucleares; e em alguns países, como na Alemanha, foram encerradas. Mas a maior desvantagem da energia nuclear é a possibilidade de fabricar bombas atómicas, como aquelas com que se ameaçam mutuamente os EUA e a Coreia do Norte.
Como funcionam as bombas atómicas?
As armas nucleares são, basicamente, as bombas atómicas, que podem ser de fissão ou de fusão. Ambas têm consequências muito más. Nas de fissão quebrou-se o núcleo do átomo. A reação em cadeia produz tanta energia que, somado ao aquecimento súbito do ar, maior do que a temperatura do Sol, origina uma onda de choque que viaja a uma velocidade maior do que o som. Ou seja, provoca a morte antes que se ouça o barulho da explosão.
Na de fusão, procedeu-se à união sucessiva de átomos, gerando uma energia que pode ser seis mil vezes maior do que a outra. Esta também é chamada bomba de hidrogénio e nunca foi usada. As de fissão foram no fim da II Guerra pelos EUA, matando milhões de japoneses. A ameaça regressa agora.
O Mundo está sob a ameaça de uma guerra nuclear?
Desde que Donald Trump é o presidente dos EUA que a hostilidade tem vindo a aumentar com a Coreia do Norte e a ameaça de uma guerra nuclear tem crescido de tom.
Desde 1991 que a Coreia do Norte, talvez em resposta a uma grave crise económica e a um isolamento face ao Mundo ocidental, investiu em poderio militar e armamento. O Ocidente, em particular os EUA, sempre mostraram apreensão e agora, com Trump, as ameaças mútuas atingiram um nível preocupante. A Coreia do Norte garante que tem a bomba de hidrogénio.
Este é um conflito com solução?
Mas será que cada um deste países está mesmo interessado neste tipo de guerra? Vários especialistas garantem que estas ameaças mais não são do que uma manifestação de poder, ou, numa outra perspetiva, a Coreia do Norte a demonstrar que não admitirá ingerências.
Certo é que, como disse António Guterres, das Nações Unidas - uma organização que tenta manter a paz no Mundo -, o medo relacionado com as armas nucleares está num nível muito elevado. Uma guerra teria “consequências inimagináveis”, mas a comunidade internacional tudo está a fazer para que tal não suceda.