Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Excerto do poema “Mar Português”, Mensagem, Fernando Pessoa
Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa
O mar sempre foi um caminho especial, com perigos e glórias, percorrido por muitos dos nossos antepassados na descoberta de outras terras, de outras gentes, de outros modos de vida. Por isso, fomos estendendo o nosso território para África, Ásia, América…até ao fim do mundo. Sabias que, no século XVI, Portugal era literalmente o centro do mundo, onde tudo acontecia e de onde partiam muitos para explorar outras terras e por lá ficar? A nossa cultura deixou marcas em terras muito distantes e que se mantêm até hoje. A língua portuguesa, em particular, é a 5ª mais falada no mundo.
E tudo graças ao mar que se estende ao longo da nossa costa. Ele deu-nos grandeza e desafios no passado e alimenta-nos com a sua biodiversidade, o que nos ajuda a marcar hoje pontos no turismo gastronómico.
Vem isto a propósito da celebração do Dia Nacional do Mar a 16 de novembro. A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) atribui ao nosso país a responsabilidade de gerir uma das áreas marítimas mais extensas da Europa,18 vezes superior ao território nacional. O governo português decidiu então escolher esta data para, anualmente, celebrar o nosso mar. Neste dia, há muitas iniciativas a nível nacional e local, de entidades públicas e privadas ligadas ao mar, com atividades culturais, desportivas, científicas, etc.
Por exemplo, o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Matosinhos está a preparar uma oficina gratuita para alunos do 2º e 3º ciclo onde se aprende a calcular a idade dos peixes, um importante conhecimento para a gestão sustentada dos recursos do nosso mar.
Texto: Maria José Pimentel
Foto: Gonçalo Villaverde/Arquivo Global Imagens