epa06378056 A view from the Mount of Olives in East Jerusalem, through a meal Israeli Star of David on the Jewish cemetery, shows the distinctive golden Dome of the Rock and the Old City walls of Jerusalem, 09 December 2017. US President Donald Trump on 06 December recognized Jerusalem as the capital of Israel and ordered that the US embassy be moved there from Tel Aviv, an announcement that has been met with widespread international criticism and led to increased tension in the region. EPA/JIM HOLLANDER
Nos últimos dias, ouvimos falar de grandes conflitos em Jerusalém. Por que razão? Primeiro, talvez devamos dizer que há muito que existe um conflito naquela zona do Planeta, ou seja, no Médio Oriente, entre israelitas e palestinianos. Depois, que Jerusalém é a cidade que está no centro desta guerra. Basicamente, toda a gente reclama Jerusalém como sua, porque é tida com uma cidade santa para as maiores religiões do mundo, como o Judaísmo e o Islão.
Os israelitas, que professam o judaísmo; e os palestinianos, que professam o Islão, não toleram partilhá-la. A cada mudança, como este anúncio dos Estados Unidos de fazer Jerusalém capital de Israel, há violência. Talvez Jerusalém devesse ser uma cidade de todos, do Mundo, símbolo de tolerância…
Sionismo: a ideia de um Estado Judeu
Há muito tempo, ainda no final do século XIX, um jornalista húngaro publicou um livro chamado “O Estado Judeu”, onde defendia que os judeus deveriam juntar-se num determinado ponto de planeta e terem o seu próprio país. Esta ideia ganhou força e iniciou um movimento chamado sionismo. Aquele defendia que só com um Estado acabariam as perseguições de que foram alvo ao longo de centenas de anos, e que começaram desde que foram expulsos de Jerusalém, pelos romanos, logo no século III depois de Cristo. É que os judeus tiveram origem no próprio Médio Oriente, uma região constantemente alvo de invasões, que os obrigou a dispersarem-se pelo Mundo. O sionismo lançava a semente do Estado de Israel e de um regresso a Jerusalém. Começaram então a rumar àquela região.
1948: O Estado de Israel
Palestina era o nome que tinha então a região que os judeus queriam. Lá viviam já meio milhão de árabes, mas rapidamente os judeus foram-se instalando em massa. Na altura da Iª Guerra Mundial - que aconteceu entre 1914 e 1918 - já eram 60 mil. Mas ainda faltava muito para terem o seu Estado. Pelo meio haveria de surgir, na Alemanha, um ditador de nome Adolf Hitler, que perseguiu e tentou exterminar o povo judeu, sendo responsável por um dos maiores massacres da História e pela IIª Guerra Mundial (1939-45). Esta perseguição deu origem à fuga de milhares de judeus, rumando também à Palestina. Pouco depois do fim da guerra já eram mais de meio milhão naquela região. Finalmente, em 1948, o Mundo confirmava a existência do Estado de Israel, na região de onde tinham sido expulsos dois mil anos antes.
Um conflito entre povos com Jerusalém no meio
Nada disto foi fácil. Desde logo originou confrontos, porque os Judeus argumentavam que apenas regressavam a um território que sempre foi seu, e os árabes entendiam que estavam a ser alvo de uma invasão. No centro desta guerra estava Jerusalém: os judeus reclamavam-na “eterna e unificada”; e os muçulmanos sublinhavam que para eles era cidade santa. Aliás, um ano antes de ser confirmado o Estado de Israel, a ONU - uma organização que tenta manter a Paz no Mundo - sugeriu que aquele território fosse dividido em dois estados, um árabe e um judeu; e que Jerusalém não fosse de nenhum. Seria zona neutra. Os árabes disseram não.
A Guerra de Seis Dias que dura até hoje
Os conflitos intensificaram-se e em 1967 teve lugar a chamada Guerra dos Seis dias, cujas consequências se fazem sentir até hoje. Basicamente, mudou o mapa da região, porque Israel, de uma só vez, ficou com muitas terras dos árabes e tomou conta de Jerusalém Oriental, onde está a Cidade Velha e as Mesquitas dos árabes, considerado por estes um lugar santo. Até ali os judeus só controlavam a parte ocidental. A ONU nunca concordou e obrigou Israel a devolver aqueles territórios.
Acontecimentos recentes
Nos anos seguintes, houve muitos momentos tensos, como, por exemplo, em 1987 e em 2000, mas a comunidade internacional, que foi tentando apaziguar o conflito, decidiu que o destino de Jerusalém seria um assunto para ser resolvido entre aqueles dois povos. Para o Mundo, a capital de Israel seria Telavive e a dos palestinianos seria Ramallah. Quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, veio agora declarar Jerusalém como capital de Israel, reacendeu a velha guerra. Logo a seguir, os países árabes declararam-na como capital da Palestina. Talvez o certo fosse declará-la uma capital do Mundo inteiro, um lugar para todos, administrado pela ONU. O que achas?