Como funciona o mundo dos medicamentos?

Desde criança que tomamos, vemos e ouvimos falar de medicamentos. São, como sabemos, essenciais para o tratamento de doenças, mais ou menos graves. Mas poucos conhecem os detalhes por trás da “vida” de cada pastilha ou xarope.

A importância

Os medicamentos são essenciais para a nossa saúde e bem-estar. Ajudam-nos a tratar, prevenir e aliviar sintomas de diversas doenças e condições. São uma parte fundamental da medicina moderna e da saúde pública. Permitem tratar doenças, melhorar a qualidade de vida e até salvar pessoas. No entanto, é importante usá-los corretamente e sob orientação médica, pois o seu uso indevido pode trazer riscos à saúde.

 

As primeiras misturas naturais

Antigamente, os medicamentos eram feitos por curandeiros que misturavam ervas, plantas, raízes e outros ingredientes naturais para criar remédios. Embora essas misturas pudessem ajudar de alguma forma, o risco de envenenamento ou efeitos adversos era muito maior, porque não havia controlo de qualidade ou pesquisas científicas, como acontece hoje.

 

A cerveja e o vinho já foram “remédios”

No passado, em várias culturas, a cerveja e o vinho eram usados como remédios. Por exemplo, o vinho tinto já foi recomendado para ajudar a digestão, e algumas cervejas eram usadas como forma de aliviar o stresse ou até para tratar problemas de estômago. Claro, hoje sabemos que os medicamentos mais eficazes para esses problemas não são as bebidas alcoólicas.

 

De onde vêm aqueles nomes estranhos?

O processo de dar nome a um medicamento é muito rigoroso. Envolve entidades reguladoras, farmacêuticas e convenções internacionais. Existem três tipos principais de nomes para um medicamento:
● Nome químico, que descreve a estrutura molecular da substância ativa.
● Nome genérico, que é o nome oficial adotado internacionalmente, baseado em convenções estabelecidas por organizações como a Organização Mundial da Saúde, através da Denominação Comum Internacional.
● Nome comercial, que é criado pela empresa farmacêutica que desenvolve o medicamento, sujeito a aprovação por autoridades reguladoras. Alguns medicamentos também são nomeados em homenagem às pessoas ou locais associados à sua criação.

 

Vamos a um exemplo?

Em 1889, a farmacêutica alemã Bayer lançou a Aspirina, um dos primeiros medicamentos modernos. O nome “Aspirina” pode ser dividido em 3 partes:
• “A”, que vem de acetil, a substância ativa
• “spir”, nome da planta Spiraea Ulmaria (de onde se extraía o ácido salicílico)
• “in”, um sufixo comum na época.

 

Mais curiosidades

Além de plantas, alguns medicamentos também são derivados de animais. Um exemplo é a heparina, um anticoagulante usado para prevenir coágulos sanguíneos, que é extraído dos intestinos dos porcos ou dos bois. Outros medicamentos poderosos vêm de fungos, como é o caso da penicilina, o primeiro antibiótico descoberto, que vem de um tipo de fungo chamado Penicillium. A penicilina revolucionou a medicina e tem salvado milhões de vidas.

 

O que é uma patente?

Uma patente é um direito especial que alguém recebe quando inventa algo novo e útil, ou seja, que resolva um problema em específico. Quando alguém pede uma patente, faz um acordo com o Estado: a pessoa pode ser a única a fabricar e vender a invenção durante um determinado período de tempo, em troca da sua divulgação pública.

 

Como são patenteados?

Os medicamentos são patenteados através de um pedido oficial feito às entidades competentes como o Instituto Europeu de Patentes. A empresa ou investigador tem de descrever a fórmula, o modo de ação e a utilidade do fármaco. Se aprovado, o titular recebe exclusividade para fabricar e vender o medicamento durante cerca de 20 anos. Depois desse período de tempo, outras empresas podem produzir versões genéricas.

 

Qual a diferença entre remédios genéricos e de marca?

Os de marca e genéricos são muito parecidos. Ambos têm o mesmo princípio ativo, que é o ingrediente que faz o remédio funcionar. A principal diferença é o nome e o preço, mas o efeito é o mesmo.

 

Por que motivo alguns precisam de receita médica?

Há medicamento muito fortes que podem causar problemas se usados de forma errada. Por isso, os médicos têm de verificar se os pacientes precisam realmente deles e qual a dose certa para cada caso. Isso ajuda a evitar riscos para a saúde.

 

Texto: Patrícia Teixeira Lopes
Ilustração: Freepik.com