Imagina que és muito pequenino, do tamanho de um comprimido, a viajar pelo corpo humano, da boca até ao ânus. Parece uma cena de um filme, algo impossível de acontecer. Mas é exatamente isso, e muito mais, que o Pavilhão do Conhecimento oferece.
Com o confinamento e as exposições encerradas, o Pavilhão do Conhecimento e o Centro Ciência Viva lançaram as visitas guiadas virtuais para levar o mundo da ciência à casa de cada um. São 45 minutos de muito conhecimento, mas também de diversão e, sobretudo, com muitas curiosidades sobre o mundo que nos rodeia.
A visita começa com as boas-vindas dadas pela mascote, a Viva, uma robô que quer ser cientista e que recebe os convidados na entrada do edifício (agora à distância e através do ecrã). De seguida, são 25 minutos de visita pela exposição selecionada. As biólogas Sandra, Diana e Carla guiam os visitantes ao longo da viagem pelo mundo da ciência. “Os protagonistas das visitas são pessoas da equipa e não atores” e, por isso, conta Rosalia Vargas, a experiência é de bastante proximidade. No final, há tempo para perguntas e revisão do aprendido.
A diretora do Pavilhão do Conhecimento salienta que foram utilizadas “tanto exposições permanentes como temporárias” na adaptação ao formato digital para chegar a “todas as idades”. Estão disponíveis nove visitas, com diferentes temáticas, dirigidas a público desde o 1.º Ciclo ao Secundário.
A exposição mais procurada tem sido “À descoberta do mundo da digestão”, uma viagem que segue todo o percurso da comida desde a boca até à sanita. Mas há mais temas sobre ciência, animais e corpo humano. A responsável sublinha que “não há temas tabu” e, por isso, são abordadas temáticas como “olhando o cocó mais de perto”, “arrotos” e “puns”. O objetivo é “desmistificar o conhecimento”, mostrando que não é difícil, mas antes “acessível a todos”, afirma Rosalia Vargas. E, por isso, “não se diz não corre, não mexe e não faz. É incentivada a fala, a interação e a descoberta”, assim como o espírito crítico.
O balanço das atividades é positivo, com mais de 40 adultos e 40 crianças a participar no espaço de um mês. A diretora evidencia a oportunidade de ter “pais, avós, filhos e netos a partilhar a mesma experiência”, garantindo que todas as idades mostram curiosidade. O preço é único para toda a família, com sessões disponíveis ao sábado à tarde, que devem ser reservadas no site.
Apesar da reabertura de espaços culturais, o Pavilhão do Conhecimento – que contava com uma média de 850 visitantes por dia antes da pandemia – continuará com as portas abertas no digital, com novos conteúdos a serem preparados. lm
Texto: Sara Sofia Gonçalves