Aves, mamíferos e peixes. Fica a conhecer algumas das espécies que estão em perigo de desaparecerem em Portugal. Medidas de conservação estão a ser tomadas.
A fome do lince-Ibérico
Rita Martins, bióloga da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), diz que há cerca de 600 linces-ibéricos em Portugal e Espanha. As duas principais ameaças de extinção têm a ver com a diminuição do coelho-bravo, o alimento principal da espécie, e com a perda do habitat, devido à destruição de matagais e bosques, substituídos por espécies como o eucalipto e o pinheiro. A construção de barragens e estradas e os incêndios florestais também são fatores de risco.
O “regresso” do urso-pardo
Quando se pensava que o urso-pardo estava extinto em Portugal, eis que foi visto – e até roubou mel. Na idade adulta, rondam os três metros e podem pesar 200 quilos.
As aves imponentes
Quando se pensava que o abutre-preto já não se reproduzia em Portugal, foram encontrados dois casais que tiveram sucesso no acasalamento. Este abutre tem plumagem e silhueta escuras e asas quase retangulares, e a ameaça à sua existência vem sobretudo do envenenamento, do abate ilegal e do embate contra cabos aéreos. Como prevenção, a LPN criou, no Alentejo, campos de alimentação com carcaças de gado morto para os abutres-pretos se alimentarem. A águia-imperial-ibérica é outra das aves de rapina mais ameaçadas da Europa. As ameaças a que está sujeita em Portugal são quase iguais às do abutre-preto.
Um gato vulnerável
“Felis silvestris”, ou gato-bravo, tem o estatuto de “vulnerável” e Rita Martins explica que isso acontece “devido a causas não naturais, como atropelamento, abate ilegal, destruição do habitat natural e a própria reprodução com o gato doméstico”.
Um peixe doce fora de água
O saramugo é um dos peixes de água doce mais ameaçados. A bióloga lembra que “quando uma espécie de um determinado habitat se encontra em perigo, todo o ‘lar’ está ameaçado, incluindo espécies diferentes.” O projeto “Life saramugo”, da LPN, promove ações para retirar as espécies ameaçadas dos rios contaminados.
Texto: Filipa Neto