Como é que a Google ou os operadores de telecomunicações conseguem controlar os nossos movimentos? Isso é bom ou é mau?
As operadoras de telecomunicações sempre souberam onde andam os seus utilizadores, mesmo sem eles saberem. Só que, antes de haver smartphones e internet nos telefones, não havia grande interesse nessa informação, nem um objetivo comercial que pagasse todo o esforço.
A internet e outras tecnologias novas nos telefones abriram outras possibilidades e há empresas que compram essas informações para poderem dirigir publicidade aos consumidores, por exemplo. Na Europa, onde existe uma lei de proteção de dados mais apertada do que noutros continentes, tu é que decides se deixas que a Google ou as apps possam aceder a informações sobre onde te encontras, seja por internet, seja por Bluetooth ou NFC (Near Fiel Communication).
Como é que sabem onde ando?
A geolocalização da tua posição através da infraestrutura dos operadores funciona desde que o telemóvel esteja ligado, uma vez que se limita a triangular o sinal através das antenas da rede. Algo semelhante pode ser usado por sistemas de Wi-fi. Com o GPS (Global Positioning System), a tua posição é determinada por satélite – é este que a maioria das apps pede para aceder ao teu telefone (por exemplo, para jogar Pokemon Go).
O teu telemóvel pode ainda emitir outros sinais, geralmente para quem está perto: Bluetooth ou NFC. Algumas apps desenvolvidas para combater a covid-19 usam estes sinais para poderem informar quem esteve perto de alguém contaminado nos últimos 14 dias.
Para que querem saber onde estou?
Por cá, este tipo de tecnologia é utilizado de forma voluntária, isto é, tens de autorizar (a não ser que te percas numa floresta e as autoridades usem essa informação para te salvar). Serve para caçar pokemóns ou encontrar o telemóvel desaparecido, mas também para receberes informação relevante, por exemplo, quando viajas.
A Google recolhe informações sobre o perfil dos utilizadores para agilizar respostas a pesquisas ou apresentar anúncios interessantes. Será que há perigos? Com as leis de proteção de dados na Europa, os perigos são poucos, até porque as operadoras que sabem onde andas não costumam saber exatamente quem és: seguem o número do telemóvel e não uma pessoa.
Texto: Erika Nunes