A exposição a vírus e infeções, contágios e doenças diminuiu durante os períodos de isolamento decretados pela pandemia. Agora, fora de casa e sem máscaras, os riscos são outros.

Agora, sem máscaras e sem distanciamento social, há mais contacto com os vírus que circulam por aí, mais contágios porque estamos mais próximos uns dos outros, mais probabilidade de contrair uma doença. Há exemplos recentes. A gripe tem atacado em força, as infeções mais comuns voltaram, as bronquiolites, as asmas, as alergias, e até a hepatite aguda infantil estará mais agressiva devido ao confinamento.

Mais proteção, menos defesas

Os períodos de confinamento puseram o Mundo em casa. As populações ficaram resguardadas, menos expostas a contágios e doenças. Mesmo quando houve um aliviamento das medidas, as máscaras foram obrigatórias durante muito tempo nas escolas. Essas máscaras anticovid reduziram a imunidade de crianças e jovens, o mecanismo de defesa que temos dentro do corpo contra os inimigos que o querem atacar. É fácil perceber o que se passou. Menos exposição ao ambiente exterior, menos contacto entre pessoas, menos movimento em todo o lado, cara quase sempre tapada – as defesas do corpo relaxaram. Quando a vida voltou à normalidade, o sistema imunitário teve de entrar novamente em ação. Só que menos preparado. Daí as gripes mais fortes, daí que as infeções tenham voltado.

O sistema imunológico e sua maturidade

Um bebé nasce e o seu organismo entra numa fase de constante adaptação ao que respira, ao que ingere, ao que o rodeia. Nessa altura, o seu sistema imunitário ainda não está plenamente desenvolvido, há probabilidades de um quadro infeccioso respiratório por mês até aos dois anos de vida. Até aos quatro anos, o sistema de defesa está ainda, digamos assim, incompleto.

Por volta dos 12 anos, completa a sua maturidade. A imunidade fortalece-se com o tempo. Por isso, durante a infância, há febres, infeções, e outras complicações, uma vez que o organismo está a reconhecer o Mundo onde vive e as defesas estão em constante construção. Ter as vacinas em dia é importante.

O que não nos mata, torna-nos mais fortes

O ditado encaixa na forma como o nosso sistema imunitário funciona. Todos os dias, estamos em contacto com inúmeras partículas e microrganismos. O nosso sistema defensivo não tem outro remédio que não ir-se atualizando, numa espécie de aprendizagem perante o que encontra pela frente, reconhecendo e criando memória, como que “domesticando” os agentes que poderiam enfraquecer o corpo.

Mais preparado, mais saudável

Atenção: os vírus andam por aí e podem causar sintomas bem chatos. Eis algumas coisas que podes fazer para proteger o teu organismo:

– Higiene das mãos, lavá-las com regularidade, manter o álcool-gel (não custa nada, já estás habituado).
– Evitar contactos com colegas e amigos que parecem não estar bem de saúde.
– Comunicar qualquer sinal de doença em ti e nos outros.
– Praticar exercício físico, se possível ao ar livre, para respirares ar puro, afinares o corpo, arejares a cabeça, garantires os níveis de vitamina D.
– Alimentação saudável é meio caminho andado para reforçares as defesas do corpo.
– Peso controlado para te sentires bem.
– Vacinas em dia.

Sinais de alerta*

Febre
Dores de cabeça
Vómitos
Diarreias
Xixi escuro
Falta de apetite
Dificuldade em respirar
Fadiga
Perturbação do sono
Pesadelos
Ansiedade
Stress
Agitação
Falta de concentração
Medo e insegurança

* Em qualquer uma destas situações, fala com os teus pais. Olha para ti, olha por ti.

Texto: Sara Dias Oliveira