Foi como um dos quatro elementos do “Gato fedorento” que Tiago Dores se tornou conhecido do grande público. Nos sketches do quarteto, ao lado de Ricardo Araújo Pereira, José Diogo Quintela e Miguel Góis, foi muitas vezes o “choninhas”, embora seja um homem cheio de opinião.
Em criança, o humorista recorda que “era um miúdo normal”. “Mais introvertido e para o sossegado”, acrescenta, garantindo que em casa “não dava trabalho nenhum”. A mãe guarda as fotografias desses tempos, como os mergulhos no mar do Algarve, “algures no início dos anos 1980”, ainda sem ânsias do futuro.
Tiago licenciou-se em Economia, longe de imaginar que iria fazer carreira no humor. O pouco encanto com as possíveis saídas profissionais, a longa amizade com Ricardo Araújo Pereira e as oportunidades que se seguiram acabaram por lhe apontar o caminho. Tentou “a sorte como guionista nas Produções Fictícias”, depois de trabalhar em publicidade, e acabou por ganhar reconhecimento e certezas. Até aí, a única ligação ao universo humorístico “era apenas na ótica do utilizador”. Como referências, tinha o “Tal canal” de Herman José e Flying Circus, dos Monty Python, “que são familiares a quase toda a gente da geração dos anos 80” a que pertence.
Em 2015, à conta da agenda pessoal e outras “coisas” fora da esfera pública, Tiago emancipou-se e acabou por se distanciar do projeto do “Gato fedorento”, que reconhece ter-lhe mudado a vida. A solo, ganhou asas e, este ano, apostou no universo digital ao lançar o podcast “Política para quem não tem pachorra para a política”, que também ilustra o seu perfil no Instagram. “A ideia não é ser uma coisa didática, mas sim expor os temas de forma bem-disposta e rápida, que possa eventualmente interessar às pessoas”, resume, sem limitar idades.
Texto: Sara Oliveira
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