Música: A longa travessia até à era do streaming

Música: A longa travessia até à era do streaming

Ouvir os nossos artistas favoritos nem sempre foi tão simples como abrir uma app e escolher a canção que queremos. O fio de uma história que começou com Thomas Edison e teve na japonesa Sony um protagonista de peso.

Se te perguntarmos o que fazes quando queres ouvir as tuas músicas preferidas da Billie Eilish, do Harry Styles ou da Bárbara Tinoco, a tua resposta não andará muito longe disto: “Fácil, vou ao Spotify! [certo, o YouTube também dá]” Essa é a maravilha dos serviços de streaming que hoje existem. Com meia dúzia de cliques ou toques no ecrã, temos ao nosso dispor milhões e milhões de músicas, de todos os géneros e feitios. Mas sabes que o processo não foi sempre tão simples? Os vinis, os walkmans, os discmans e os leitores de MP3 são-te familiares? Para os menos familiarizados com o tema, mergulhamos então numa cronologia breve.

 

Do fonógrafo ao vinil

Para contar esta história, temos primeiramente de recuar até ao velhinho ano de 1877, data em que o empresário americano Thomas Edison (sim, o mesmo que criou a lâmpada incandescente) inventou o fonógrafo, um aparelho de grandes dimensões, capaz de registar e reproduzir sons graças a um cilindro, uma agulha e um funil metálico.

Dez anos mais tarde, o inventor germano-americano Emile Berliner deu um outro impulso a esta história, com a invenção do gramofone. Agora, o som passava a ser gravado e transmitido através de um disco.

O passo seguinte dá-se já no final da década de 1940, quando as principais editoras americanas começam a apostar em novos formatos para os discos, que se pudessem traduzir em melhor qualidade de som, muito graças a um novo material plástico. Começava então o primado do vinil.

 

Walkman, discman, MP3

Mas a história estava longe de terminada. Face à invenção da cassete, na década de 1960, abriram-se novas possibilidades. Com o tempo, passaram a gravar-se músicas e até álbuns a partir da rádio – e do próprio vinil (mesmo que a qualidade de som deixasse muito a desejar) – e começou a ser possível comprar cassetes oficiais dos grandes nomes do panorama musical.

Ora, se no princípio estas foram usadas vezes sem conta nas aparelhagens caseiras, tornou-se claro que fazia sentido inventar um aparelho pequeno e portátil capaz de reproduzir cassetes onde quer que fôssemos. Eis a génese do walkman, que nasceu pela mão da japonesa Sony, em 1979, e veio revolucionar a relação com a música.

O passo seguinte foi ainda mais natural: com a transição das cassetes para os CD, tornou-se imperativo numa espécie de walkman versão 2.0, adaptado ao novo formato. Nascia assim o discman (isto em 1984), outro verdadeiro sucesso. Bom, pelo menos até ao surgimento dos leitores de MP3, já no arranque do século XXI, que vieram resolver problemas como os “solavancos” nos CD.

Quanto ao resto da história, já a sabes: os smartphones vulgarizaram-se e com eles os vários serviços de streaming que, convenhamos, tornaram tudo mais fácil.

Texto: Ana Tulha
Ilustração: Freepik.com