Estudos mostram que o consumo destes alimentos está claramente aquém do desejável, com consequências potencialmente graves para o intestino e a nossa saúde no geral. Eis as razões pelas quais os produtos hortícolas são fundamentais.
Abaixo do recomendado
Sabias que a maior parte da população mundial está muito longe de ingerir a quantidade desejada de legumes e verduras – e já agora, de fruta também? A Organização Mundial de Saúde já reconheceu que o baixo consumo destes alimentos é um dos dez principais fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças crónicas não transmissíveis. E o cenário é particularmente desanimador no caso dos mais novos. O “Estudo sobre a Alimentação das Crianças Portuguesas”, apresentado no mês passado no âmbito do programa Nestlé por Crianças mais Saudáveis e baseado em 584 entrevistas (feitas online) a pais de crianças entre os três e os dez anos, concluiu que apenas 30% delas consomem sopa nas duas refeições principais do dia e somente 4% adicionam também hortícolas no prato em ambas as refeições.
Intestino, imunidade, doenças crónicas
Mas qual é então a “magia” dos legumes? Numa resposta rápida, contêm substâncias essenciais para o nosso organismo, como as vitaminas, os minerais e as fibras. Mas vamos por partes. O facto de serem ricos em fibras, por exemplo, ajuda na digestão e faz com que o nosso intestino funcione como deve. O que por sua vez é meio caminho andado para ter um bom sistema imunitário e evitar uma série de doenças. Além disso, o consumo regular de legumes tem sido associado a um menor risco de doenças do coração, diabetes tipo 2 e até a alguns tipos de cancro. O que tem muito que ver com o seu efeito antioxidante.
Saciedade, pele, colesterol
Mais, devido ao alto teor de fibras, promovem a saciedade (a sensação de que estamos satisfeitos), o que também nos vai ajudar a comer menos doces e porcarias e a evitar problemas de peso e obesidade, cada vez mais comuns, também entre as crianças e jovens. Outro ponto curioso: sabias que devido às vitaminas antioxidantes que contêm, também nos ajudam a ter uma pele luminosa e saudável? Há ainda a questão do colesterol. As fibras saudáveis dos legumes ligam-se ao trato digestivo e ajudam a remover o LDL (colesterol “mau”) antes de este ser absorvido pela corrente sanguínea.
Energia e cérebro
De resto, como são ricos em carboidratos, os legumes são uma ótima fonte de energia para a prática de atividade física. Acresce que também têm um alto teor de minerais e vitaminas do complexo B, C e E, que desempenham um papel importante no metabolismo energético do corpo – ou seja, ajudam a converter os nutrientes dos alimentos em energia. Ah, e o nosso cérebro também agradece, dado que nutrientes como o ómega 3, as vitaminas do complexo B e a vitamina D exercem funções protetoras e reparadoras nas células neurológicas.
Texto: Ana Tulha
Foto: Olga Lyubkin – stock.adobe.com