Os segredos dos “quebra-recordes”

Os Jogos Olímpicos nasceram na Grécia como uma homenagem aos deuses de forma a mostrar as vastas capacidades do corpo humano. Essas capacidades foram evoluindo e estendendo-se por diversos tipos de desportos e novas conquistas, com uma pequena ajuda da tecnologia.

 

Evolução da tecnologia no desporto

A necessidade de os atletas melhorarem constantemente a sua performance e os seus resultados levou à criação de diversas tecnologias para ajudar a obter os resultados pretendidos. Desde materiais inovadores, como roupas aerodinâmicas e calçados de alta performance, que reduzem o atrito e aumentam a eficiência dos movimentos, à criação de aplicações de monitorização que oferecem dados em tempo real sobre o desempenho, ajudando os atletas a ajustar os treinos de forma mais precisa.

Tecnologias como a crioterapia (que utiliza o frio para aliviar sintomas de lesão muscular) foram também criadas para ajudar na compressão e estimulação elétrica, permitindo que os atletas se recuperem rápido de treinos intensos.

 

História da tecnologia nas Olimpíadas

A competição evoluiu muito até aos dias de hoje. A realidade é que para os Jogos Olímpicos evoluírem foi necessária modernização e o cuidado humano com o seu corpo. A tecnologia levou a competição das Olimpíadas a outro nível de precisão. O desenvolvimento de um cronómetro eletrónico foi o primeiro grande passo para os pormenorizados resultados das competições como os conhecemos hoje. Até então, era tudo cronometrado manualmente, um processo repleto de erros humanos. A introdução do primeiro sistema de cronometragem durante os eventos marcou o início de uma nova era, garantindo a precisão dos resultados.

 

Equipamentos modernizados

Além das mudanças na preparação para as provas e nas roupas, os equipamentos usados durante as competições também foram modernizados. Peças como as raquetes, que no passado eram de madeira, foram modificadas para materiais mais leves, como o alumínio, de forma a aumentar a intensidade dos golpes. No halterofilismo, as plataformas de levantamento passaram a ser feitas de materiais absorventes reduzindo os choques de força e dando mais estabilidade aos atletas. No caso do ciclismo, as bicicletas ficaram mais leves e aerodinâmicas, ajudando os ciclistas a pedalar mais rápido e com menos esforço. As mudanças também passaram pelas pistas, hoje feitas de poliuretano, em vez de carvão e alcatrão como no passado.

 

Modernização da medicina no desporto

Os avanços da medicina foram igualmente importantes para ajudar os atletas a potencializar o seu desempenho, prevenir lesões e acelerar a recuperação. Hoje em dia, dispositivos inteligentes rastreiam dados como a frequência cardíaca e fadiga muscular do atleta, permitindo ajustes nos treinos para prevenir lesões, e softwares analisam padrões de movimento para corrigir desequilíbrios e igualmente evitar lesões. Os atletas também realizam testes genéticos e metabólicos que lhes disponibilizam planos nutricionais específicos para melhorarem a sua energia, recuperação e composição corporal.

 

Os recordes

Como não só de talento é feito um atleta, a evolução da tecnologia e da medicina no desporto foram sem dúvida grandes impulsos para a melhoria da performance, antes e durante as competições.

No caso de Usain Bolt, no Mundial de Berlim, em 2009, o atleta jamaicano correu 100 metros em 9,58 segundos e 200 metros em 19,19 segundos, ultrapassando as marcas de Jesse Owens, de 10,3 segundos e 20,7 segundos, respetivamente, em 1936. A mudança das pistas, como referido abaixo, foi um fator relevante para os resultados de Bolt, tal como o calçado mais leve e com retorno de energia.

Nos últimos Jogos Olímpicos, em Paris, Armand Duplantis fez história no salto com vara ao bater o recorde mundial, saltando 6,25 metros – e, no passado domingo, o sueco melhorou a marca para 6,26 m. Estes exemplos demonstram como os avanços aprimoraram as habilidades dos atletas e estabeleceram novos padrões de desempenho no mundo do desporto, sempre com o objetivo de melhorar performances e bater recordes.

Texto: Íris Santos
Ilustrações: Freepik.com